
Como o detetive na cena de crime ou o médico diante do seu paciente, o consultor de performance se vê diante de grandes desafios para identificar e solucionar problemas relacionados ao desempenho de uma organização.
As organizações, apesar dos distintos fins a que se destinam e dos processos que utilizam para atingi-los, têm uma estrutura (anatomia) e funcionamento típicos claramente identificáveis aos olhos de um bom consultor de performance.
Infelizmente, há uma grande confusão entre ferramentas e técnicas (boas práticas, mapeamento de processos, 6-sigma tools, 5S, gerenciamento ágil, etc.) e metodologia (roteiro estruturado) de abordagem e execução dos trabalhos.
A metodologia da boa consultoria de performance – aquela que realmente traz ganhos concretos para o cliente – conduz o cliente e o seu time, de forma segura, através das seguintes etapas:
1. Definição de Metas e Planejamento
Concentre nos resultados do negócio.
Conhecer o negócio do cliente e a situação da empresa é a primeira atribuição do bom consultor de performance.
Neste processo, as metas almejadas no nível mais alto da organização (negócio) devem ser consolidadas, examinando prioritariamente os aspectos financeiros e de mercado (fins: resultados e clientes), a partir da identificação dos grandes gaps. Metas específicas serão definidas a partir da segunda etapa.
2. Análise e Diagnóstico
Descubra o fio da meada.
Esta é a fase investigativa, coração da boa consultoria de performance. Os problemas do negócio serão rastreados ao nível de processo e de tarefa e interligados em cadeia.
O bom consultor de performance irá utilizar métodos específicos para chegar a estes problemas, identificar as suas causas raízes, soluções necessárias e possíveis barreiras para a sua implementação.
3. Projeto e Implementação das Soluções
Faça acontecer.
Aqui o perfil dos trabalhos muda de investigação para execução.
Muitas vezes conduzida diretamente pelo cliente, esta fase é fundamental para o sucesso das soluções.
O consultor deve esbelecer com o cliente uma estratégia técnica e economicamente viável de implementação. O envolvimento de bons executores e o uso de metodologia eficaz de gestão de projetos passam a ser diferenciais importantes.
O bom consultor deve promover o seu envolvimento no planejamento e acompanhamento desta etapa, garantindo que as soluções concebidas sejam implementadas.
4. Avaliação e Melhoria Contínua dos Resultados
Navegue com instrumentos adequados.
O bom consultor de performance, mesmo que não esteja diretamente a cargo da condução desta fase, deverá cuidar para que o cliente tenha: (i) formas adequadas de medir os resultados no nível de negócio, (ii) desmembramento adequado da medição de resultados por áreas, processos e tarefas e (iii) um processo contínuo de alinhamento, avaliação, correção de desvios e melhoria.
Um bom trabalho de performance, frequentemente executado num momento crítico para a empresa (como é o caso de um turnaround), é muitas vezes a oportunidade de implantar um processo permanente de Gestão de Performance e partir para um fresh start, onde novos horizontes se abrem para uma navegação mais segura em mares incertos e turbulentos, que sempre virão e terão que ser enfrentados.
Marcio Barreiros – Performance & Project Director
Profissional com mais de 35 anos de experiência com desenvolvimento e implantação de projetos industriais e estruturação organizacional. Possui experiência como Diretor de Negócios e já atuou em projetos de grande porte para grupos nacionais e internacionais.